Como está o seu contato com a natureza? Entenda os benefícios dela para a saúde mental
Nunca escondi de ninguém que sou totalmente a favor de atividades na natureza e da contemplação de belas paisagens. Passeios ao ar livre e viagens de ecoturismo são formas interessantes de buscar o tão necessário descanso mental.

Muitos fatores estão envolvidos na relação entre saúde mental e natureza: lazer, atividade física, bem-estar, prevenção e até tratamento de transtornos mentais, entre outros. Já escrevi anteriormente sobre as aproximações entre exercício físico e saúde mental, leia:
Como sabemos, a vegetação é fundamental para: regulação do clima, preservação dos corpos de água, manutenção do solo e abrigar a fauna da região. Com séculos de crescente industrialização e urbanização do mundo, os prejuízos ambientais foram se acumulando, sem tempo de recuperação do ambiente frente às demandas cada vez maiores de produção e de consumo. No Brasil, particularmente, a devastação ambiental teve início no período colonial.
Chuva de benefícios para a saúde…
Vem ai uma chuva dos benefícios do contato com a natureza: bem estar, controle do humor, alívio de sintomas depressivos, ansiosos e do estresse, melhora da condição imunológica e favorecimento do contato social, assim como da prática de atividades físicas (Barreto, 2017). Dois trabalhos sobre a temática são os seguintes: redução do estresse, de Ulrich (1981); Restauração da Atenção, de Rachel e Stephen Kaplan (1989) e melhora do sistema imunológico, de Kuo (2015) (Pessotti, 2024).

Áreas verdes e azuis como aliadas da saúde
Residir mais próximo de vegetação (área verde) e do litoral, ou de lagos, lagoas e rios, (áreas azuis) tem impactos positivos na qualidade de vida das pessoas. Cidades mais arborizadas são importantes para restaurar e tentar manter uma certa conexão das pessoas com ambientes naturais.
É importante dizer que a qualidade, a manutenção e o acesso às áreas verdes e azuis são aspectos muito importantes para a correlação entre saúde mental, bem-estar, promoção de saúde num geral e qualidade de vida. Além disso, o contato com ambientes naturais pode promover a regulação emocional como um antídoto para uma vida urbana barulhenta e intensa (Barreto, 2017).

Quando falamos sobre as áreas verdes/azuis e urbanização, devemos lembrar e cobrar dos representantes políticos a criação e a manutenção dessas áreas com as corretas acessibilidades para a população. Mais importante do que isso, as políticas ambientais devem ser efetivas para preservação/conservação dos biomas, assim como devem existir ações concretas para o combate ao desmatamento, queimadas, tráfico de animais e tantas outras formas que causam impactos aos ecossistemas brasileiros.
Somos parte da natureza e nos esquecemos disso
Vou deixar aqui um vídeo do Ailton Krenak, líder indígena, ativista, filósofo e escritor, com uma fala importante sobre a humanidade e a natureza. Assista clicando na imagem:
Leia também:
Referências
Barreto, Patricia Amado. Áreas verdes urbanas e saúde mental.. 2017. 64 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas e Saúde; Epidemiologia; Política, Planejamento e Administração em Saúde; Administra) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
Pessotti, Pedro Henrique de Abreu. Florescendo em Meio à Natureza: O Impacto dos Ambientes Naturais sobre
a Saúde Mental Humana. Dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, 2024.


